Governador de Minas quer vender prédios históricos da Praça da Liberdade, em BH, além de hospitais e escolas de todo o estado.






Relação dos prédios que serão vendidos provoca mais polêmica na ALMG, mostra reportagem do jornal O Tempo publicada no último final de semana

Além da já anunciada intenção de venda da Cidade Administrativa, o governo petista de Fernando Pimentel também quer vender os prédios históricos que fazem parte do Circuito Cultural Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. Os edifícios constam da relação dos 1.205 imóveis considerados alienáveis entregue aos deputados estaduais, que discutem o polêmico projeto do governador que cria os fundos imobiliários. Esses fundos pretendem arrecadar R$ 4 bilhões aos cofres públicos. (Leia mais sobre o assunto: Secretário de Pimentel admite que Fundo Imobiliário é mecanismo para driblar endividamento do Estado)

Além dos importantes e emblemáticos prédios que compõem o Circuito Cultural Praça da Liberdade, considerado o maior do gênero no País, Pimentel quer vender presídios, escolas e postos policiais. Até o imóvel onde funciona a prefeitura da histórica São João Del Rei está na lista, assim como o Hospital Regional Antônio Dias, em Patos de Minas, e o Hospital Municipal Batista Naves, em Indianápolis.

A Cidade Administrativa também consta da relação. Apenas neste caso, se a venda for concretizada, de acordo com especialistas, o Estado terá que desembolsar anualmente cerca de meio bilhão de reais em aluguéis de imóveis que hoje não custam nada. “Trata-se de uma ideia estapafúrdia”, afirma o presidente do PSDB-MG, deputado federal Domingos Sávio, em artigo publicado recentemente (clique AQUI para ler a íntegra).

Em entrevista para a matéria do jornal O TEMPO, o líder da Minoria na Assembleia Legislativa, deputado Gustavo Valadares (PSDB) destacou que a lista de imóveis apresentada pelo governo petista é incompleta e tem dados imprecisos. “Enquanto não tivermos esclarecimentos, não vamos deixar o projeto prosperar”, afirmou.

Venda de imóveis pode gerar dívida de R$ 35 bilhões para Minas

Reportagem mostrada pelo jornal no sábado (06/05) publica a lista dos prédios públicos que poderão ser vendidos por Fernando Pimentel numa tentativa de burlar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e captar dinheiro emprestado no mercado. Com a venda, o governo de Minas passará a pagar aluguel. E o mais preocupante é que a criação do fundo imobiliário proposto pelo governador petista pode gerar uma dívida de R$ 35 bilhões para os mineiros pagarem nos próximos 50 anos (Leia: Fundo imobiliário proposto por Fernando Pimentel pode gerar uma dívida de R$ 35 bilhões para os mineiros pagarem).

Questionado pelo jornal, o líder do Governo na ALMG, deputado Durval Ângelo, esclareceu que o Palácio da Liberdade não será vendido. Em se tratando da gana dos petistas em conseguir dinheiro rápido em ano pré-eleitoral e, o que é pior, com a facilidade que têm em gastá-lo, os mineiros devem desconfiar.


Polêmica. Edifícios no Circuito Cultural da praça da Liberdade estão na lista de imóveis alienáveis enviada pelo governo à Assembleia

Os fundos imobiliários que o governo do Estado pretende criar para arrecadar R$ 4 bilhões aos cofres públicos têm gerado polêmica na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG), na qual a proposta tramita desde abril. Agora, uma lista de 1.205 imóveis considerados alienáveis entregue aos deputados estaduais pode criar ainda mais confusão. A relação inclui prédios nos quais funcionam presídios, escolas, hospitais e postos policiais.

Constam também na lista do Fundo de Investimentos Imobiliários de Minas Gerais (Fiimg), cujos imóveis serão vendidos por falta de uso, duas áreas com mais de 27 mil metros quadrados, classificada como “Da Liberdade”. Trata-se, segundo o líder do Governo Durval Ângelo (PT), de parte do conjunto de prédios que abriga hoje o Circuito Cultural praça da Liberdade. Inaugurado em 2010, o complexo de edificações históricas foi transformado em instrumentos culturais mantidos em parcerias com empresas, como Gerdau, Fiat e Vale. Também estão cedidos espaços ao Banco do Brasil, ao Sebrae e à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), entre outros.

Em março, quando anunciou a proposta dos fundos, o secretário de Estado de Fazenda, José Afonso Bicalho, disse que o governo teria mais de 1.355 propriedades – casas, terrenos, prédios, fazendas – sem qualquer utilização e que, por isso, poderiam ser vendidas. Segundo Bicalho, outros 5.000 imóveis, que estão ocupados pelos órgãos do Executivo, inclusive a Cidade Administrativa, seriam colocados no Fundo de Ativos (Faimg).

Com esse último, abastecido com pagamento de R$ 700 milhões em aluguéis, o Estado tentará captar recursos no mercado, vendendo cotas para investidores. A relação dos imóveis ocupados pelo próprio governo não foi divulgada.

Sumiço. Na última semana, quando o rol mais detalhado de imóveis alienáveis foi entregue à Assembleia pela subsecretária de Planejamento e Gestão, Dagmar Dutra, faltaram 150 imóveis da lista oficial anunciada pelo secretário de Fazenda. O governo não explicou quais e nem por que foram retirados.

Continuou integrando a lista, porém, um prédio histórico em São João del Rei, no Campo das Vertentes, onde funciona a prefeitura da cidade. A reportagem conseguiu confirmar ainda o funcionamento atual de escolas estaduais nos municípios de Juiz de Fora, Passos, Várzea da Palma e Pimenta. Ainda em Juiz de Fora, na Zona da Mata, o governo pretende vender uma propriedade onde hoje funciona um posto da Polícia Militar.

Edifícios que abrigam atualmente presídios em Passos, Presidente Olegário, Nanuque e Monte Carmelo também estão na lista de alienáveis. O Hospital Regional Antônio Dias, em Patos de Minas, e o Hospital Municipal Batista Naves, em Indianápolis, estariam ameaçados.

As Secretarias de Estado de Fazenda (SEF) e de Planejamento (Seplag) foram procuradas na quinta-feira para esclarecer o motivo de prédios hoje em funcionamento fazerem parte da relação de imóveis alienáveis. A SEF ignorou o pedido da reportagem. Já a Seplag informou, em nota nessa sexta-feira (5), que, “infelizmente, a equipe técnica não conseguirá atender ao pedido no prazo solicitado”. “Todos os detalhes e dúvidas sobre a lista de imóveis serão discutidos nas comissões da Assembleia”, diz o texto.

Oposição. “A lista é incompleta e tem dados imprecisos. Enquanto não tivermos esclarecimentos, não vamos deixar o projeto prosperar”, diz o líder da minoria, deputado Gustavo Valadares (PSDB).

Líder promete emenda para mudar a listagem

O líder do governo na Assembleia Legislativa de Minas, deputado Durval Ângelo (PT), disse que vai apresentar uma emenda ao projeto de lei dos fundos imobiliários para corrigir a lista de imóveis alienáveis apresentada à Casa. “A emenda vai determinar que qualquer imóvel com utilização pelos governos estadual, federal ou municipais, ou por entidades filantrópicas, não será incluído na relação. Com isso, preservarmos os que estão sendo utilizados”, explicou.

O petista disse que a intenção do Estado era vender todas as propriedades da lista, incluindo as ocupadas por outros entes, mas houve um recuo. “Na emenda vou poupar prédios em uso pelo serviço público e filantrópico. Os ocupados por empresas (como são os casos de vários imóveis do complexo da Liberdade), poderão ser vendidos”. Segundo Durval, o Palácio da Liberdade não será vendido.

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