João Vítor Xavier quer ampliar participação da iniciativa privada em B



Candidato do Cidadania quer aplicar o modelo de Parcerias Público-Privadas para setores como urbanização, habitação, transporte público, saúde e nos parques municipais



Candidato afirma que dessa forma os serviços podem ser prestados de forma eficiente à população. Foto: Rafael D'Souza/Divulgação
Foto:
Por SÁVIO GABRIEL
09/10/20 - 12h41
https://www.otempo.com.br/

Em uma eventual gestão sua à frente de Belo Horizonte, o deputado estadual João Vítor Xavier (Cidadania) deixa claro que fará uso das Parcerias Público-Privadas em diversos setores da administração. Além da saúde, conforme mostrou O TEMPO na última quinta-feira, o postulante pretende levar a iniciativa privada para outras áreas, a exemplo do transporte público, habitação e também para a gestão dos parques municipais.

“Eu vou fazer muitas PPPs no meu governo: de transporte público, de estacionamento privado, na saúde; para os parques municipais, requalificando e dando bom uso, com a certeza de que eles terão que continuar sendo gratuitos e com entrada aberta”, pontuou o candidato, sem entrar em detalhes nos formatos para cada área, mas se colocando como um “convicto defensor” das parcerias com a iniciativa privada.

Um dos motivos, segundo ele, é que o formato melhora a qualidade do serviço prestado. “Elas (as PPPs) dão certo no mundo inteiro. Em todas as áreas que eu puder, vou utilizar. Você tem que trazer a qualidade e a excelência do serviço da iniciativa privada, num momento de cidades pobres, com pouca capacidade de investimento”, explicou, afirmando que as esferas federal, estaduais e municipais não têm condições de arcar sozinhas com os custos. “O objetivo de prefeitura não é ter lucro, mas prestar um serviço de qualidade. Então, que o lucro fique com a iniciativa privada, mas que o serviço seja prestado com qualidade”.


Prazo. Questionado se seria possível que todos os modelos de PPPs previstos poderiam funcionar ao fim de um eventual mandato seu, em 2024, João Vítor garantiu apenas que esse período seria suficiente para dar o pontapé nas propostas. “Se não der para concluir em quatro anos, pelo menos você inicia. É perfeitamente possível. Ou iniciar a PPP e algumas obras, e em outros casos iniciar a modelagem da parceria e a captação dos recursos no mercado”, explicou.

Nesse cenário, o candidato do Cidadania afirmou que “não se pode pensar em uma cidade para quatro anos”. “Temos que pensar para 30 anos. Às vezes você não vai colher o que plantou, mas vai fazer o plantio para que quem venha depois possa continuar. O certo é: se não começar, nunca terá”, enfatizou.



Urbanização e moradia também podem ser cedidas à iniciativa privada

No caso do setor de habitação, a ideia de João Vítor Xavier é utilizar áreas que ficam sem uso e entregá-las ao setor privado para que possa haver o investimento. “Naqueles espaços que foram reurbanizados sempre sobram áreas que ficam para a prefeitura. Por que essas áreas não podem ser passadas para a iniciativa privada, a fim de exploração?”, questionou, citando o exemplo de espaços que foram urbanizados pelo programa Vila Viva.

“Você tem o potencial de consumo, para (a instalação de) padarias, supermercados, até mesmo para a construção de prédios, para moradia, que poderiam estar sendo usados de maneira mais efetiva”, defendeu.

Uma das áreas da capital que podem ser contempladas pelo formato é o entorno da avenida Pedro II, que também recebeu obras do Programa Vila Viva. “São áreas enormes que estão ali, abandonadas, sem utilidade nenhuma e a prefeitura gastando dinheiro. Se essas áreas estivessem na mão da iniciativa privada, talvez já tivesse reurbanizado a maior parte ali, dando dignidade para as pessoas e gastando menos dinheiro”.

Questionado sobre a especulação imobiliária, o candidato do Cidadania garantiu que a entrada da iniciativa privada não vai retirar os moradores dos bairros onde já vivem. “Nós vamos dar a garantia de que as pessoas têm que ser reassentadas e realocadas no lugar onde vivem. Não vamos permitir que elas sejam retiradas de onde vivem. As pessoas vivem ali e a reurbanização tem que ser feita no modelo que BH já faz há alguns anos”, defendeu, ressaltando que não se pode “criar um êxodo e achar que as pessoas, por serem simples, têm que ser expulsas dos centros urbanos”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário