Bolsonaro ironiza interferência do Brasil na política dos Estados Unidos


"A minha interferência você quer como? Econômica, militar, bélica ou cibernética?", respondeu Bolsonaro sobre ingerência na política internacional
Por AFP
04/11/20 - 19h16
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Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil


O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (4) que espera que o colega americano, Donald Trump, seja reeleito nos Estados Unidos, enquanto a contagem de votos na acirrada disputa pela Casa Branca avançava.


"Vocês sabem a minha posição, é clara, isso não é interferência, tenho uma boa política com Trump, espero que ele seja reeleito", disse o presidente em frente à sua residência oficial em Brasília, enquanto conversava com apoiadores.

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Bolsonaro, que fez de seu alinhamento com Washington um pilar de sua diplomacia, foi apelidado de "Trump dos trópicos" e não esconde sua admiração por seu homólogo americano.

Questionado sobre aqueles que consideram que seu apoio aberto à reeleição de Trump constitui ingerência na política internacional, o líder brasileiro respondeu ironicamente:

"A minha interferência você quer como? Econômica, militar, bélica ou cibernética?", brincou com seus apoiadores.

Ao seu lado, seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, criticou o Twitter por remover uma publicação de Trump na qual acusava seus rivais democratas de tentar "roubar" as eleições para evitar sua reeleição. A rede social alegou que a mensagem era potencialmente "enganosa".

"Trump fez um tweet suspeitando de fraude na eleição dos EUA. O Twitter deletou o tweet. Este tipo de tweet viola as políticas do Twitter? Qual ameaça este tipo de tweet traz? Censura?", disse o congressista.

Em seu fala, o presidente também criticou o candidato do Partido Democrata, Joe Biden, que está concorrendo à presidência contra Trump, por pedir ao Brasil a preservação da floresta amazônica.

"O candidato democrata em duas oportunidades falou sobre a Amazônia. É isso que vocês querem para o Brasil? Aí sim é uma interferência de fora para dentro", disse.

A Amazônia se tornou uma questão delicada para Bolsonaro desde que Biden afirmou em seu primeiro debate contra Trump em setembro que planejava arrecadar fundos da comunidade internacional e oferecer ao Brasil vinte bilhões de dólares para "parar a destruição da selva".

"Se não o fizerem (parar o desmatamento), enfrentarão consequências econômicas significativas", disse Biden durante a reunião.

Bolsonaro, fortemente criticado dentro e fora do Brasil pela explosão das taxas de desmatamento e incêndios florestais desde o início de seu mandato em 2019, descreveu a declaração como "desastrosa e desnecessária".

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